SOBRE NINHOS E OUTRAS ESTRUTURAS

 A pintura de Claudia de Lara num primeiro momento nos aproxima da estética da Pop Arte. A alegria das cores, cuidadosamente escolhidas são atribuidas aos fragmentos que se encaixam e simultaneamente rompem com as linhas. Não existe a continuidade tão óbvia dos traços.










Claudia de Lara com sua obra Ninho.





 Essa pintura traz a natureza da artista, o contentamento, a explosão das cores, a beleza que se revela em camadas de tinta. Num outro instante, essa cores que revelam, denotam um limite espacial rígido, e esse seria seu pretexto para pintura. A afetividade contida em cada pincelada que se transforma no metal que se curva, ou num ninho, em retalhos que pertencem. Retalhos que pertencem à memória de sua mãe, como se pudesse reter o tempo e sentir a presença da pessoa amada que e se foi tão cedo.


                         





Gatos I
70 cm x 70 cm
Acrílico sobre tela
R$ 1.560,00







 
 Já a busca desse aconchego no metal, remete às estruturas metálicas presentes em sua infância, na oficina do pai, serralheiro. E nesses espaços a descoberta que se revela, não só na superfície mas em cada detalhe onde o duro se torna mole, onde retalhos se fecham em círculos, a artista nos traz seu recorte do tempo.

Num olhar mais atento essa captura da paisagem magistralmente delimita os espaços ou detalhes que se mostram em seu imaginário afetivo.

 Os entremeios, sinuosos ora se fundem e se confudem em envergaduras de linhas que atravessam intervalos e confrontam-se com seu próprio limite, o que resulta na fatura de belas composições para nosso deleite.


Sandra Hiromoto
artista visual e designer










Na foto a artista Claudia de Lara, com a curadora Jo Maciel e a autora do texto Sandra Hiromoto.

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