Sucesso de público, crítica e bilheteria !

Na última quinta-feira 05/03 a Galeria Teix teve o prazer de inaugurar a exposição "Passagens" de Eduardo Aguiar, sem medir palavras foi um sucesso! A noite contou com a presença de vários jornalistas, artistas, fotógrafos e amigos compartilhando experiências e sorrisos. O coquetel servido foi especialmente preparado pelo Chef Guti do La boca.

A exposição fica aberta até dia 4 de abril, então aproveita que ainda da tempo!

                                                                                    Registros de Cintya Hein
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Segue o texto de abertura da exposição escrito pelo jornalista Luís Henrique Pellanda:

Perdidaço

Alguns talentos, por maiores que sejam, precisam que a vida os empurre até uma beira de barranco. Daí, sorte nossa, se atiram de cabeça. Até ontem, por exemplo, o Eduardo Aguiar não sabia que nasceu pra flanar e tirar fotos. Teve que ser despejado de sua casa, no Água Verde, e vir ao Centro de Curitiba, onde somos vizinhos. Morando na Praça Osório, perto da Gazeta do Povo, viu que não precisava mais de automóvel. Vendeu o carro e descobriu que tinha pernas. Andando por aí, sentiu que a mão coçava a cada esquina. Era o iPhone no coldre, pedindo pra respirar.

Antes, ele já fotografava com uma câmera profissional. Mas o Centro exigiu dele um equipamento menos nobre: um celular, esse apêndice tão novo e irritante do nosso velho corpo. Ideal pra fotógrafos quase secretos como o Eduardo. O cara é, sim, um artista envergonhado. Finge que não está fazendo nada, que suas fotos não têm importância. Ele até se deixa despencar no barranco, mas vai assobiando pelo caminho, simulando naturalidade. No final da queda, está tão sujo quanto as ruas que fotografa. Só que você nem nota.

Mas escrevo este texto não porque o conheço há décadas, nem porque bebíamos juntos, ali no Stuart, bem antes de o Stuart se tornar um bar centenário e eu, um sério abstêmio. Escrevo porque o Centro do Eduardo é o meu Centro, e viramos animais da mesma floresta. Todo dia, saio e vou à caça, faço o meu reconhecimento de palco obrigatório, e encontro por aí o rastro dele.

O sujeito se esgueira pela Boca Maldita, pela Emiliano Perneta, pela Zé Loureiro, pela Monsenhor Celso, pela Voluntários, pela Tiradentes, encontra aqui um fantasma especial, ali uma fantasia amorosa, e disfarça, puxa o telefone, faz que vai conferir os e-mails e ataca. É um colecionador de rostos, pedras, luzes, bichos. Se apaixona por putas, mendigos, árvores, estátuas, poças d’água. E até pelos cachorros, os “cães filósofos”, os “cães calamitosos”, os “bons cães” de Baudelaire, o flâneur por excelência.

Pois o Eduardo, dia desses, falou comigo e citou o Walter Benjamin. Disse que saber se orientar, numa cidade, não significa muito, mas que se perder requer instrução. Ah, ele é mestre nisso, um perdidaço, ainda bem.



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